(a Ricardo Ishak)
recortando-se
do próprio cancro
segue
o ponto
cego
cambaleante e são
convalesce e
carnavalesce
por entre previsões e adágios estúpidos
dos cretinos que se cotizam
na moral dos transeuntes
esse delírio coletivo
de veleidade e quebranto
visito-o de longe
lendo a lida canalha do sacana
o estulto saltimbanco
cai e ri
assalta bancos e bocas
troca danças impudentes
por malentedidos jocosos
trepa em pódios
salta prédios
agarrado às rédeas régias dum sol qualquer
como qualquer poeta qualquer
espeta o indicador gargantas adentro
para redenção dos demônios
e erupção dos pecados
ainda andará ao meu lado
o filhodaputa safado
nossa pequena hoste há - afinal
de se embriagar na réstia boreal
e alimentados de ódio e hóstias
queimaremos as beatas
nas escadarias da fé
o filhodaputa safado
se safará ao meu lado
na jogatina febril
de berço e leito, cova e covil
desses dias que nos sobram
(ante o último soçobro)
pois - ainda - por alguns as sinas dobram
28.02.2008
Poesia de garagem, música, descrições e indiscrições. Um blog tardio mas que nasceu de sete meses, angustiadinho e agora com algumas revisões gramaticais.
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Um comentário:
que bom recuperar esse poema. papai gostou ;)
beijos friorentos desde san pablo.
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