Enquanto não se plantam mais prédios
No entorno do meu
Tomo tardes na sacada do décimo quarto
Desmantelo o vazio do castelo
Abraçado pelos fluxos desse mundo
O vento amornado pelo vidro em excesso
Cada dia mais opaco
Feito os olhos dos viventes
Feito os meus
Cada dia mais cansado de olhar a distância
Alcanço pouco da cidade
Mas do pouco leio algo
As linhas de uma quadra vazia
Curvas mal feitas nas esquinas
Uma piscina lodosa que não brilha no charco
Do meu semblante
Debruçado na sacada tudo é quase entediante
Salvo a copa majestosa de uma árvore do Goeldi
Cúpula centenária de garças em pouso
Bojo verde chapiscado de uma expiação angelical
Coisa linda os pontos brancos
Desabrochando carmim
Na cadência dos meus tiros.
22.01.2008
Poesia de garagem, música, descrições e indiscrições. Um blog tardio mas que nasceu de sete meses, angustiadinho e agora com algumas revisões gramaticais.
sexta-feira, 16 de abril de 2010
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