Poesia de garagem, música, descrições e indiscrições. Um blog tardio mas que nasceu de sete meses, angustiadinho e agora com algumas revisões gramaticais.

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

A melhor banda dos meus últimos tempos.

Interessante. Ia comentar no post abaixo que talvez a primeira parada que me aproximou do sci-fi não tenha sido livro ou filme, mas um disco. Ou melhor: uma banda. Não comentei porque achei que ia complicar demais, aí resolví deixar pra outra hora. E então...
Estou nesse exato momento - graças à dica preciosa do velho comparsa Damaso - ouvindo o novo EP do Flaming Lips, minha banda de cabeceira desde os idos de 93/94, que prepara terreno pro novo disco Embryonic. E esses porras continuam me surpreendendo. Tudo bem, já devo estar naquele estágio de fã velho pra quem tudo o que a banda grava faz algum sentido bacana. Mas, não sei, não é isso!


Podia dizer que é pela "evolução" da banda. Mas eles não se superam, não "evoluem", simplesmente continuam seguindo caminhos diferentes. Nada do que ficou pra trás é menos importante ou legal e nada do que eles fazem de novo é menos inventivo ou impertinente pro que se faz hoje na música. Muito pelo contrário, se um dia eles foram freaks alternativos, hoje são uma das bandas mais importantes do mundo.



E eu aqui fico besta e admirado. Putz, esses bichos começaram em 83! De lá pra cá já rolou de tudo: banda tosca e junkie (da época da música Jesus Shooting Heroin) no ínício da carreira; fizeram dois discaços pela Warner (Transmissions from the Satellite Heart e Clouds Taste Metallic); criaram um álbum-conceito completamente experimental e pirado (o quádruplo Zaireeka, que um dia ainda vai ganhar um post especial aqui); se tornaram grandes e importantes com o Soft Bulletin que chegou a ser comparado algumas vezes ao Pet Sounds e seguiram se reinventando e pirando cada vez mais.



Mas o mais foda, o que mais me cativa profundamente nessa banda, são os extremos que a música dos Lips consegue alcançar. Esses extremos vão do senso de humor freak e distorcido a considerações sensacionais sobre a condição humana, sem babaquice hippie ou esquizitices que forçam a barra. O que dizer de uma banda que dá títulos às suas músicas como Guy Who Got A Headache And Accidentally Saves The World ou Ego Tripping At The Gates of Hell e, ao mesmo tempo, consegue fazer um fã ter um momento profundo com o pai que sofre de câncer ouvindo a letra de Do You Realize? (lí o relato do cara numa lista de discussão sobre a banda há um bom tempo atrás)?




O Flaming Lips continua sendo minha banda predileta por reunir tudo o que eu busco em música (psicodelia, barulho, sutilezas, molecagem...) ou, sei lá, nas artes em geral: pretensão nas intensões, despretensão na execução. Um dia realizo o sonho de trazer o Wayne Coyne pro Se Rasgum. Mas aí é o começo do fim, não sei o que eu gostaria de alcançar à partir daí. 

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