Poesia de garagem, música, descrições e indiscrições. Um blog tardio mas que nasceu de sete meses, angustiadinho e agora com algumas revisões gramaticais.

segunda-feira, 22 de abril de 2013

pela fresta, o pântano


na esquina
há um
vão

onde ainda te encontro
por onde vens me ver
pra saber
de pouquinho
o quanto nos afogaremos
nesse sol negro e líquido
no afago rude e teso
pedra  raiz – esse diálogo

no vão da esquina
na mesa
e então nas escadas
e então no parque
e então num dia
com meu olho roçando
o azul do teu

vou te pegar
espiando por entre meu esterno
– não sem o ruído das farpas crepitando a renúncia em revelar o tutano –
aberto numa fenda
que desvenda
o bestiário
de uma prole dourada na torpeza
– seus odores visgos gases numa branda fervura –
lustro e sentença
angústia e braço armado
ajudando o peito a chiar macio

ainda não
estamos certos

se
devíamos ter evitado
o vão
da esquina
desse sol negro e líquido
no azul do teu

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