Poesia de garagem, música, descrições e indiscrições. Um blog tardio mas que nasceu de sete meses, angustiadinho e agora com algumas revisões gramaticais.

segunda-feira, 22 de abril de 2013

passeio


descí do prédio
para fazer uns exames
sem saber se tinha a grana
ou se meu plano cobria
ou se meus planos coringas
tinham descido do prédio comigo
minha cara escorria do rosto
escorria do resto
– nos desolhamos em comunhão –
nos alimentamos da carniça dos carros
para retomarmos nossas procissões
no meio fio escritos
meio contritos

entro no banco para secar o suor
saio sentindo bem
como as pedras vindas da matriz
pedras carregadas nos porões
lastro cavando rastro no mar
pedras no passeio
sua beleza mortuária
aberta ao cuspe transeunte
pedra degredada
pedra digerida pela língua da garagem
estendida
estúpida estúpida

nada mais que o hinário dos cães

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