Poesia de garagem, música, descrições e indiscrições. Um blog tardio mas que nasceu de sete meses, angustiadinho e agora com algumas revisões gramaticais.

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Limpando a casa 3


Às vezes tu tá tão fodido
Que simplesmente faz sentido
                                   Ao factótum Chinaski

O grito vem mudo
E a dor se faz jus
Da garganta saltam pepitas de pus

O peito duro e seco
Secreta meu segredo
E eu me sujeito
Arruinado
Ao espaço vazio do quarto
De fora do quarto
De dentro do peito

Ela foi embora mais cedo
Mas eu tinha ido antes

As bolsas dos olhos guardam tudo
E ficam cada dia mais pesadas
Saco o último filete de vinho na garrafa
E me vem a mesma náusea escrota de que vou amolecer

Engulo o choro

Enquanto houver estômago
Há fel


Nevasca

Os olhos ardem
Nessa brancura doente
Descompassada
Como teu abraço
À distância

Os olhos doem
Densos de neve e nervos
De te ver
Pelo o nublado real
Nua e quente
Se afastando entre as mesas do bar. 


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Um comentário:

Isoldinha disse...

Podias até musicar as 2 poesias. Já até imagino algo! (certeza que na próxima encarnação o barbudinho vai me mandar de volta como artista- adoro esse "rótulo"- e ainda vou ganhar um $$ com isso!!).