Às vezes tu tá tão fodido
Que simplesmente faz sentido
Ao factótum Chinaski
O grito vem mudo
E a dor se faz jus
Da garganta saltam pepitas de pus
O peito duro e seco
Secreta meu segredo
E eu me sujeito
Arruinado
Ao espaço vazio do quarto
De fora do quarto
De dentro do peito
Ela foi embora mais cedo
Mas eu tinha ido antes
As bolsas dos olhos guardam tudo
E ficam cada dia mais pesadas
Saco o último filete de vinho na garrafa
E me vem a mesma náusea escrota de que vou amolecer
Engulo o choro
Enquanto houver estômago
Há fel
Nevasca
Os olhos ardem
Nessa brancura doente
Descompassada
Como teu abraço
À distância
Os olhos doem
Densos de neve e nervos
De te ver
Pelo o nublado real
Nua e quenteSe afastando entre as mesas do bar.
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Um comentário:
Podias até musicar as 2 poesias. Já até imagino algo! (certeza que na próxima encarnação o barbudinho vai me mandar de volta como artista- adoro esse "rótulo"- e ainda vou ganhar um $$ com isso!!).
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